sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Devaneios de Anselmo - Você é o futuro, você é 2012.

Eu prometi novidades no blog, e aqui está a primeira deles. Essa primeira novidade talvez seja um pouco sem sentido devido ao nome do blog ser Literatura do Guimarães, e não Literatura do Santos (haha). Mas, quem disse que coisa boa precisa fazer sentido? Uma vez por mais abrirei um espaço no blog para que o meu amigo Anselmo dos Santos poste seus belos textos, que serão assim chamados "devaneios", pois adoro essa palavra.
E aqui vai o primeiro devaneio de Anselmo.


Incertezas, mistérios, dúvidas, divagações.
Assim que iniciar esta leitura, olhe no relógio. Sim, agora. Veja que horas são. Veja também o tempo lá fora. Faz sol? Está nublado? É noite? Onde está a lua? Observe quem está ao seu lado. As pessoas que se movimentam ao seu redor. Está sozinho? Tudo está quieto? Ou algo toca no rádio?

E agora? Depois desses breves segundos, o que mudou? Talvez nada. Talvez tudo. Pois assim é o futuro. Ele vem, e pode tanto transformar a realidade, quanto manter tudo exatamente onde estava. E você? Será que tem o poder de transformar seu próprio futuro? Ou deixa que ele aconteça para, então, ver onde vai dar?
Mais um final de ano chegando e para não fugir à regra, às vésperas da noite de réveillon, em algum momento sempre paramos para refletir acerca do ano que se acaba e, fazendo a tão famosa retrospectiva, reafirmamos nossas esperanças e convicções em torno do ano que se aproxima.

Quem nunca fez uma lista de coisas que pretendia mudar no ano seguinte? Com certeza, tal prática já faz parte do ritual da passagem de ano, mas em conversa com amigos constatei que, embora todas as listas de alguma forma se pareçam, entra ano, sai ano e nada muda, pois, o cotidiano se encarrega de esconder as promessas até o momento que elas reaparecerão para comemorar mais um réveillon.
Uma das coisas mais perniciosas que nos pode acontecer é a perda da esperança, mas não faz sentido considerar o ano novo como uma folha de papel em branco na qual escreveremos uma história completamente nova, pois, nessa linha de pensamento, tenho visto, seguidamente, muitas esperanças se transformarem em frustrações.
Esperança é mais que um substantivo. Na realidade é um verbo e o verbo é ação. Esperancemo-nos! Entretanto, não esqueçamos o conselho de Carlos Drummond de Andrade: “Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre”.

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