quinta-feira, 28 de junho de 2012

Quadrinhos - Batman Crônicas vol. 2. - O Batman de 1940 vale a pena?

O último livro que eu li não é bem um livro, é uma revista em quadrinhos de capa dura. E aqui em baixo o registro sobre a leitura e uma pequena crítica sobre o livro/HQ em si.

O livro "Batman - Crônicas vol. 2" conta algumas das primeiras aventuras de Batman e Robin originais, ou seja, como vieram ao mundo, desenhados e interpretados de uma forma diferente da qual estamos acostumados com o Batman.
O leitor que irá ler este livro deve estar ciente de que não é necessário ter lido o "Batman- Crônicas vol. 1", sendo que para total compreensão da leitura deste livro é necessário apenas saber quem são Batman e Robin (e creio que qualquer um que viva no planeta Terra conhece Batman e Robin). Embora o primeiro volume apresente a primeira história de Batman e a estreia de Robin, o segundo volume não contém nenhuma história que tenha ligação direta com essas de "origem". É puro entretenimento, não é necessário nenhum conhecimento profundo sobre os personagens e suas origens. Apenas saiba: Eles lutam contra o crime! Pronto, isso é o que você precisa saber.
                                                            ... ... ...
O livro pode ser bom ou ruim, ótimo ou péssimo, dependendo de como o leitor for.
Se for alguém como eu que adora histórias em quadrinhos mas nunca havia lido Batman antes, vai adorar a experiência.
Se for alguém que acompanha Batman desde os tempos primórdios de suas revistas até a atualidade, vai refletir sobre a evolução do personagem.
E se for alguém que está familiarizado apenas com o Batman das HQs atuais, corre grande risco de não gostar e até mesmo achar algo "errado", algo "nada a ver".

O Batman com o qual estamos acostumados é o Batman de Christopher Nolan, o Batman sério, frio, tranquilo e antipático.
Mas o Batman original, é o Batman de Bob Kane, o Batman brincalhão, nada frio e calculista como o que conhecemos e amamos.
Parece até algo meio bizarro e sem sentido. "Isso é ridículo, o Batman não pode ser assim", é o que eu pensaria se já não estivesse esperando por algo assim.
Algo que realmente faz com que percebamos as diferenças do Batman atual para o Batman clássico é as falas do próprio personagem.
Pegue qualquer revista atual do Batman, qualquer uma. Certamente você não vai ver o Batman fazendo nenhuma piada. De maneira nenhuma. Batman não é um herói que faz piadas, esses são o Homem Aranha e o Super Choque, não o Batman. Engano seu! Você pode encontrar em "Batman - Crônicas vol. 2", cenas em que o protagonista nunca poderia ser o Batman com o qual estamos familiarizados.
Como essas:


(Perdão pela má resolução das imagens).


Aqui, ao ser surpreendido por um inimigo, Batman exclama, enquanto desfere um soco "Não devia me surpreender assim, meu coração é frágil." Um deboche quase que sarcástico que poderia significar "Oh, como eu me assustei!"



Já nesse quadrinho, Batman, ao atingir um inimigo pela "retaguarda", comenta "Parece que cheguei aos fundilhos de seus problemas."
Algo cômico, mas não tão infantil quanto a revista deveria ser.

E neste balão Batman diz a um de seus vilões "Sua mãe nunca lhe disse para não brincar com fósforos?".
Algo que seria considerado comum na época de 1940, mas totalmente fora do comum em meados de 2012, onde estamos familiarizados com este Batman:



Se o quadrinho em cima fosse estrelado pelo clássico e original Batman de Bob Kane, ao invés de "Eu não tenho um irmão ", Batman diria "Sou filho único, não tenho irmãos escroques". E ao invés de "Você perdeu a cabeça" ele diria "O que você andou bebendo?" ou algo do gênero.
Muitos poderiam até achar que isto é algo ruim, algo que não seria aceito. Mas eu acho que isto é totalmente fantástico. É preciso lembrar que não existiam super-heróis, Batman foi um dos pioneiros na onda de "proteger cidades e salvar o mundo", não havia a liberdade de se escrever uma revista com violência, frieza e credulidade do modo que são escritas atualmente. Essas características se desenvolvem com o tempo, e é necessário começar por algum lugar. E o Batman começou com a espontaneidade e alegria rara nas HQs atuais mas totalmente presente nas clássicas. E se fosse tão ruim quanto parece, não haveria feito tanto sucessos como fez em 1940, e não haveria evoluído como evoluiu e não haveria se transformado no Batman tão adorado e querido dos tempos atuais.
O Batman clássico pode não ser recebido de braços abertos pelo público moderno, pois não é o que se espera de "um Batman", mas faço minhas as palavras que Pablo Peixoto usou para definir o seriado clássico da década de 60 "Batman e Robin" :
"Eu classifico como cult, ela é desse jeito e você tem que assistir e gostar do jeito que é. E, claro, você tem que se sintonizar no estado de humor daquela época pra poder gostar."
Ou seja, finja que está em 1940 e que HQs são novidade, e aí sim você notará o quanto "Batman - Crônicas vol. 2".

Respondendo ao título da postagem: Sim, vale a pena.
Nota 10 para a revista.


domingo, 24 de junho de 2012

Fugindo da Rotina #03 - Evolução constante.

Sim, o conteúdo daqui do blog está mudando bastante.
Eu lembro do início do blog, até porque não existe ninguém que conheça esse blog melhor do que eu (dã, eu sou o dono).
No começo, todos os textos eram artigos. E era artigo sobre racismo, sobre slogan de site, e crítica de livro infantil, e conto infantil... tudo muito infantil.
Agora o blog já não é mais tão infantil quanto era quando eu criei-o, sabe o porquê disso?

Porque eu estou crescendo, amadurecendo.
O que antes era historinha infantil surgindo o tempo todo, agora é apenas música, música, música...
Como todo adolescente eu passo metade do dia ouvindo música, e menos tempo pensando ( que vergonha).
E o blog não é apenas eu, como o blog sou eu. Ele reflete o que sou. Se eu estou pensando sobre racismo, eu escrevo sobre racismo. Se eu estou lendo um livro, eu escrevo sobre livros. Se eu estou ouvindo música, eu escrevo música.
E isso não vai mudar! Não quero que o blog seja um produto sem alma, quero que ele tenha uma ligação comigo, quero que a minha essência seja refletida aqui nos textos.
Ou seja, eu mudo, o blog muda.
Peço paciência, peço que não fiquem de saco cheio e parem de frequentar o blog apenas por causa da quantidade de textos musicais que está bombardeando o blog! Prometo algumas mudanças brevemente.
As próximas três postagens vão ser coisas bem "retrô" e novidade no blog. Se você curte as categorias "A Evolução das Histórias" "Quadrinhos" e "Mini-Biografia" pode ser que goste dos textos futuros.
E se gosta de entrevistas, vai curtir também.
Então, obrigado pela compreensão e pelo tempo que reservaram para ler esse pequeno texto.
Fugi da rotina!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Por trás da letra de Come As You Are.

Então, galera, pela primeira vez aqui no blog eu vou fazer algo que tenho tido vontade de fazer já há algum tempo. Vou inaugurar uma seção no blog onde postarei análises sobre músicas famosas, simplesmente o jeito como eu as entendi e que pareça fazer sentido. Para começar, uma música bem famosa de uma banda bem famosa. "Come as You Are" da famosa banda "Nirvana".




Venha como você estiver, como você já foi.

O personagem da música parece estar convidando alguém que não vê a bastante tempo. Essa primeira frase indica que tudo o que o personagem quer é a companhia do convidado, não importando as mudanças que podem ter acontecido desde o tempo que eles não se vêm.


Como eu quero que você seja, como um amigo,
Como um amigo, como um velho inimigo

Essa parte indica que o convidado do personagem estavam brigados, "de mal', e que esse encontro seria uma "trégua" uma oportunidade de fazer as pazes. O personagem oferece duas opções: Ou esquecer a briga do passado, ou discutir isso, falar sobre. Ou seja, ou ele vem "como um amigo" ou "como um velho inimigo".

Venha no seu tempo, se apresse

Novamente o personagem oferece duas opções, deixando o convidado bem á vontade.

A escolha é sua, não se atrase
Descanse, como um amigo

O convidado aceitou o convite, e o personagem da música o diz para que não atrase. E novamente o deixa á vontade na frase "Descanse, como um amigo".

Como uma antiga lembrança, lembrança
Lembrança, lembrança

E, repetidamente, o personagem afirma que ele e o convidado se conhecem há bastante tempo, e a repetição da palavra "lembrança" indica "flashback", todas as lembranças passando pela cabeça do personagem como em um filme.

Venha afundado na lama,
Com suas roupas alvejadas.

O personagem demonstra não se importar com a aparência do convidado, sem se importar se ele estará sujo de lama ou vestindo roupas alvejadas. Ele apenas quer o convidado presente, sem restrições.

Como eu quero que você seja
Como uma tendência, como um amigo,
Como uma antiga lembrança, lembrança,
Lembrança, lembrança,

E pela primeira vez o personagem diz que realmente quer que o convidado venha com boas intenções, que venha como um amigo. E agora o trecho "como uma antiga lembrança"  tem outro significado, o significado de que o personagem quer tratar o convidado como se nada houvesse ocorrido, deixando tudo para trás, como uma lembrança presa ao passado.

E eu juro que não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma.

E com medo de que o convidado pense que o personagem está o convidando para discutir ou brigar como nos velhos tempos, o personagem se adianta "Não, eu não tenho uma arma", algo que teria o mesmo significado de "eu não tenho pedras em minhas mãos", significando que quer apenas paz e não continuar uma briga do passado.

Lembrança, lembrança, lembrança (não tenho uma arma)

E eu juro que não tenho uma arma
Não, eu não tenho uma arma,não, eu não tenho
Não,eu não tenho uma arma,não, eu não tenho uma arma

Lembrança, lembrança.

Apenas repetições de outros trechos da música. 

Conclusão sobre a música:  O personagem da música brigou com alguém há muito tempo atrás e a música toda é um convite para uma reconciliação entre o personagem principal e o convidado, pregando paz entre os dois e pedindo para que deixem as brigas do passado no passado, sem trazer á tona, nem mesmo na letra, o que realmente aconteceu no passado.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Eva, Isaac Newton, The Beatles e Steve Jobs realmente mudaram o mundo?

Já tem algum tempo que uma imagem bem polêmica (pelo menos entre os trolls que adoram arrumar confusão na internet) vem circulando pelas redes sociais. A imagem apresenta as quatro "maçãs" (usadas, claro, simbolicamente) que mudaram o mundo.
A imagem é essa a seguir:

A imagem apresenta a opinião de que Eva (primeira mulher criada por Deus, segundo a Bíblia), Isaac Newton (famoso cientista que viveu entre 1643 e 1727, que elaborou a teoria da lei da gravidade e as três leis de Newton que ajudaram a desenvolver a mecânica clássica), a banda The Beatles (famosa banda de rock dos anos 60 considerada a maior banda de todos os tempos) e Steve Jobs ( empresário, inventor e magnata americano responsável por várias invenções usadas hoje em dia como o IPhone, Ipad e o famoso sofwtware Itunes) mudaram o mundo.
Muitas pessoas questionaram isso, alegaram que Beatles não era bom o suficiente para ser comparado com Isaac Newton e que Eva não tinha patente para estar na mesma "lista" que Steve Jobs. Protestaram em vão, pois é completamente correto alegar que essas quatro personalidade realmente mudaram o mundo. A seguir,  a explicação detalhada de como cada um dessas personalidades mudou o mundo.


                                                       Eva - A Primeira Mulher


Relação com a maçã - Segundo os contos bíblicos, Eva foi a primeira mulher a ser criada por Deus, e foi expulsa do Éden (jardim conhecido como Paraíso) por ter comido e oferecido a seu marido o fruto que Deus os havia proibido de consumir. Esse fruto é interpretado muitas vezes pelos cristãos como sendo uma maçã.

Mudou o mundo ou não? - Sim. Antes de começar a explicação de minha opinião tenho que deixar claro que não possuo nenhuma crença ou religião em específica, respeito a todas elas e não sigo nenhuma, mas não posso ignorar que elas existem e que praticamente todos seguem ao menos uma. Então, Eva e sua maçã mudaram o mundo por dois motivos. O primeiro é que, segundo a Bíblia, Eva foi a primeira mulher de toda a história, e isso é um título digno de reconhecimento. E o segundo motivo para alegar que Eva tenha mudado o mundo é se lembrar de que, além de ter sido o segundo ser humano a ser criado, ela foi também uma das primeiras pessoas a serem punidas por seus pecados. Eva e "sua" maçã são a representação do pecado e da punição, sendo assim o primeiro "exemplo" de punição que Deus poderia proporcionar que a Bíblia ofereceu aos cristãos. O cristianismo se baseia, em geral, em respeitar e obedecer a Deus, e muitos efetuam essas tarefas com medo da punição, que foi apresentada logo no começo da bíblia com Adão, Eva e a primeira das quatro maçãs que mudaram o mundo.


                                                         Isaac Newton - Cientista


Relação com a maçã - Isaac Newton foi o grande cientista que formulou a teoria da lei da gravidade. Segundo mitos, Newton teria descoberto a lei da gravidade enquanto estava sentado debaixo de uma macieira e uma maçã acertou sua cabeça e, após esse acontecimento, Newton teve conhecimento da lei da gravidade. Embora seja um mito, essa história é o que, atualmente, faz com que as crianças entendam a lei da gravidade de modo mais simples.

Mudou o mundo ou não? - Sim, mais do que qualquer um nessa lista. Newton fundamentou um "estilo próprio" de mecânica, tendo em base as três leis que documentou, que, anos depois, foi chamada de "mecânica newtoniana" que finalizou o trabalho de Galileu e deu início á física. Além de isso já ter mudado o mundo por meio da ciência, houve outro modo que Newton mudou o mundo. Ainda focando na "mecânica newtoniana", essa mecânica se uniu a mecânica lagrangeana e mecânica hamiltoniana, fundando assim a mecânica clássica, muito útil a ciência atual.

                                   The Beatles - A Melhor Banda de Todos os Tempos


Relação com a maçã - Os Beatles fundaram o selo fonográfico chamado Apple (maçã em inglês) que era uma divisão da gravadora Apple Corps feita apenas para publicar material dos próprios Beatles, em 1968. Baseado no próprio nome, uma maçã verde foi escolhida como logo da empresa e, consequentemente, da própria banda The Beatles.

Mudou o mundo ou não? - Sim, e de maneira estrondosa e totalmente perceptível. Primeiramente, mudaram o mundo por meio do rock, revolucionando o rock, transformando o que era apenas mais um baladinha romântica que passaria com o tempo em letras significativas com metáforas e protestos em forma de música (característica que o rock não pode viver sem). E, segundo, Beatles mudaram o mundo por meio das mensagens trespassadas pelos compositores (todos os quatro), os cantores (John Lennon e Paul McCartney), seu guitarrista (George Harrison) e baterista (Ringo Starr), que influenciaram gerações. O próprio John Lennon (primeiro Beatle a morrer em 1980), tinha vários sucessos em sua carreira solo que faziam crítica ao governo como "Imagine" e "Give Peace a Chance" . Realmente, The Beatles foi uma banda genial formada por quatro músicos geniais. E essa banda realmente mudou o mundo.

                                                      Steve Jobs - Gênio da Informática


Relação com a maçã - Steve Jobs for presidente e responsável pela grande expansão da grande empresa de informática Apple Computers ("Computadores Maçã" em inglês), cujo logotipo era uma maçã. Até hoje, mesmo depois da morte de Jobs, todo aparelho lançado pela Apple vem com um logotipo de uma maçã mordida atrás .

Mudou o mundo ou não? - Sim. Apenas o fato de você estar lendo este texto prova que os atos de Jobs realmente mudaram o mundo. É totalmente correto afirmar que se não fossem as invenções de Jobs, os computadores ainda estariam lentos, podendo armazenar pouca quantidade de documentos e gigantescos esteticamente. Não importa o aparelho que você use para acessar a internet ou ouvir músicas diariamente, ou eles são ou foram inspirados em obras de Jobs, como Iphone, Ipad, Ipod, Macintosh e etc. Agradeça a Steve Jobs, sem ele não haveria a tecnologia como conhecemos hoje. E se o mundo atual se centra na tecnologia, é óbvio afirmar que Jobs não apenas mudou o mundo como também moldou um novo mundo.

Então, depois de explicar detalhadamente como e por quê essas quatro personalidades conhecidas realmente criaram grandes e importantes modificações para o mundo, duas coisas podem ser afirmadas com certeza:
1 - A maçã deveria se tornar o símbolo do sucesso e do desenvolvimento mundial.
2 - Nem todo imagem apresentada na internet é de conteúdo enganoso!

domingo, 10 de junho de 2012

Títulos, capítulos e Renato Russo.

Ao ler um livro, existem vários momentos em que descobrimos a genialidade do autor. Esses podem ser no desenvolvimento da história, no final, na construção dos personagens ou até mesmo... ao ler o nome dos capítulos.
Muitas vezes, os capítulos de um livre vem no formato clássico, sem nome, apenas numerados com "I" "II" "III" "IV" etc. Mas quando o autor decide nomear os capítulos, é necessário que o título seja bem escolhido para que não deixe o leitor sem nenhuma informação sobre o capítulo em si e também para que não revele todas as informações que serão apresentadas ao decorrer do capítulo.
O capítulo pode ter um título simples que apenas dê uma ideia sobre a história, como J.K. Rowling faz na saga Harry Potter (com capítulos nomeados como "A Corça Prateada", "As Cartas de Ninguém" e "A Pichação na Parede"), os capítulos também podem ser nomeados de forma que atice a curiosidade do leitor, como Rick Riordan faz  na saga Percy Jackson e os Olimpianos (com capítulos nomeados como "Eu Destruo um Ônibus", "Um Poodle é o Nosso Conselheiro" e "Minha Pior Reunião de Família de Todos os Tempos" ).
Ou então, você pode se utilizar da fórmula de Arthur Dapieve faz na biografia "Renato Russo - O Trovador Solitário" e nomear capítulos com frases de "personagens" (as aspas foram inseridas já que os personagens não são personagens realmente, sendo que se trata de uma biografia) que podem definir todo o desenvolvimento do capítulo.
Para entender melhor como Dapieve nomeou os capítulos de "Renato Russo - O Trovador Solitário", veja abaixo o nome dos capítulos do livro e um pequeno resumo dos acontecimentos.


Capítulo 1 - Ele não tem desconfiômetro.


O primeiro capítulo se trata da infância de Renato Russo, época em que, não apenas Renato, mas todos nós, somos possuidores de grande inocência, pois ainda não conhecemos o "mundo lá fora" (como diria minha avó), e vemos a tudo com bons olhos, com inocência, sem desconfiar de nada, ou seja, sem o mencionado desconfiômetro.

Capítulo 2 - Eu Não Estou Impressionado.


O segundo capítulo se trata do início da adolescência de Renato, passando por sua fase punk, com brigas, críticas ao "sistema" e contato com a banda, enquanto Renato morava em Brasília. O capítulo retrata com maestria a reação de Renato a esse período conturbado cheio de rebeldia, protestos, confusões e fuck the system, e também retrata como Renato se sentia confortável e em casa com todo esse alvoroço adolescente, sem estar impressionado.

Capítulo 3 - Opa, o que é isso?


O terceiro capítulo fala sobre Aborto Elétrico, a primeira banda de Renato, uma banda punk que gerou muitos reflexos para todos os outros adolescentes daquela época. A banda impressionava a todos e, sim, era uma das bandas punk mais famosas e "glamourosas" daquela época. A banda, com seus absurdos punk, como pichações e outros atos de vandalismo comuns na comunidade punk atraía a indignação da população, fazendo com que, diante das ações do Aborto Elétrico, muitos se perguntassem "Opa, o que é isso?".

Capítulo 4 - Fiquei Paralisado.


O quarto capítulo retrata o começo da fama de Legião Urbana, a segunda e mais famosa banda de Renato Russo. Uma fama estrondosa, que veio do nada, sem aviso prévio, uma fama inesperada, gigante, mas inesperada. Uma fama que paralisaria de nervoso e surpresa até o mais forte dos homens. Uma fama que paralisou Renato Russo.

Capítulo 5 - Eles Não Tem Respostas.


Pouco depois da Legião Urbana ter conseguido uma fama inesperada, Renato passou por uma fase difícil, uma espécie de depressão, que o levou a cortar os pulsos (coisa que aconteceu pouco antes de compor a letra Índios) , e a passar várias noites sozinho, em seu quarto, chorando. Junto com a depressão, vem a natureza questionadora, a busca por respostas, e isso resultou em um episódio interessante da vida de Renato, quando seu pai o flagrou pegando todos os livros de sua prateleira e os atirando no chão gritando "Eles não tem respostas, eles não tem respostas".

Capítulo 6 - Nossa verdadeira vocação.


Além da música, Renato tinha outro grande talento. A amizade. No sexto capítulo do livro, o tema principal é as amizades de Renato, todos os vínculos que ele mantinha com pessoas sendo famosas ou não. O título do capítulo é a frase de uma amiga de Renato que, depois de passarem algumas semanas "ficando", decidindo que a verdadeira vocação deles era realmente a amizade.

Capítulo 7 - Nããããão.


O capítulo sete retrata uma época em que a Legião Urbana fazia shows com resultados violentos, quando o público atirava pedras, garrafas e outras coisas ao palco. Óbvio que quem estivesse no palco, como Renato Russo , não gostaria daquele comportamento do público, e muito menos diria "sim" a esse comportamento. Renato dizia "não" ao comportamento do público, e isso justifica o título do capítulo.

Capítulo 8 - Vocês Nem Ligaram?


O oitavo capítulo aborda o mesmo tema do sétimo capítulo, com o único "bônus" de que Renato começou a reagir aos shows violentos, deitando-se durante as apresentações, ou apenas sendo ignorante, grosso e mal-educado com todos a sua volta, já que Renato estava indignado com o fato de ninguém ter nem ligado para os shows violentos.

Capítulo 9 - Isso aqui está uma loucura!


O nono capítulo em si retrata a gravação de alguns discos da Legião Urbana, e as confusões que aconteciam durante a gravação. Na verdade, o capítulo retrata a loucura em que ficavam os estúdios da gravadora durante as gravações dos discos.

Capítulo 10 - Não Separa! Não separa!


Doenças nunca vem sozinhas, na maioria das vezes elas vem acompanhadas de mal-humor. O décimo capítulo do livro fala sobre isso, sobre o mal-humor e indiferença que atacou Renato quando descobriu ser portador do vírus da AIDS. O título em si faz alusão a um episódio interessante que ocorreu durante as gravações de um dos discos da Legião, quando dois guitarristas de apoio brigaram e Renato não permitiu que fossem separar a briga.

Capítulo 11 - Como é bom estar vivo, né?


O décimo primeiro e último capítulo do livro retrata, de forma mais clara impossível, o auge da AIDS e a morte de Renato. O auge da AIDS é retratado pela depressão, serenidade e até mesmo calma que atingiu Renato, tanto que uma tristeza inexplicável atingiu Renato quando um de seus amigos o perguntou "Como é bom estar vivo, né?". Renato já sentia a morte, que veio a acontecer poucos anos depois.


Quando terminei de ler a biografia de Renato Russo, muitas coisas me deixaram satisfeito com o livro. A construção da história, a sensibilidade com que o autor Arthur Dapieve descrevia Renato, a veracidade dos fatos e, por último, mas não menos importante, a suprema inteligência de Dapieve ao escolher os títulos dos capítulos.
Fica a dica para quem quiser nomear os capítulos de seus livros, use a cabeça!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Lúcia.

 E lá está Lúcia.
A jovenzinha vai pular pela janela.
Pegou uma tesoura
e vai desenhar em seu pulso jogo da velha.

Eu estou rindo.
Tentei iluminar breu com velas.
Lúcia não riu
e transformou as minhas pérolas em carvão.

Não, não tenho diamantes.
Não, não, não. Não me leve pra escuridão.

Eu quero ter o Sol.
Eu quero ir ao Sol.
Eu quero ser o Sol.
Eu quero ver o Sol em ti.

Teu sorriso, teus cabelos,
teus olhos, tua cor.
Quero ver o Sol brilhar em ti como em ninguém nunca brilhou.

Quero ver seu corpo derreter
e se esculpir em risos. Risos!

Meu esforço foi em vão.
Meu trabalho árduo não teve resultado e
nem terá!
Pois é impossível iluminar cavernas frágeis.

Lúcia, por que você insiste em viver na escuridão?
Não há interruptor
e Lúcia está triste,
os anti-depressivos não funcionam.

A manhã já não existe, a noite é infinita.
Lúcia não era uma menina bonita.
E graças a um pedaço de corda
o Sol está extinto e Lúcia está morta.

Lúcia está morta! Que haja luz!

           

domingo, 3 de junho de 2012

Mini-Biografia - Renato Russo

                                                           Renato Russo ( 1960-1996)


Em 27 de março de 1960, nasce Renato Manfredini Júnior, no Rio de Janeiro. Desde cedo, se mostrou dono de grande inteligência quando, aos seis anos, escreveu uma bela redação chamada "Casa velha, em ruínas" . Em 1967, Renato e sua família se mudaram para Nova York, mas logo voltaram para o Brasil, em 1969. Remato teve tanto contato com a língua e a cultura inglesa que, anos depois, viria a gravar músicas em inglês.
Renato viveu grande parte de sua vida em Brasília, onde tinha muito contato com a política e todos os manifestos contra ela, tanto que, em 1978, criou sua primeira banda, uma banda punk (movimento que consistia em fazer críticas ao sistema, se resumindo em política, polícia e todas as outras questões polêmicas da época) chamada Aborto Elétrico, formada por Fê e Flávio Lemos. A banda acabou em 1982 devido aos desenvolvimentos constantes entre Renato e Fê.
Renato ganhou o apelido de Trovador Solitário quando começou a se apresentar sozinho. Nessa época foi que surgiram sucessos como "Faroeste Caboclo" e "Eduardo e Mônica" . Pouco tempo depois, Renato se juntou ao baterista Marcelo Bonfá e iniciou a banda Legião Urbana. Pouco tempo depois, Dado Villa Lobos se uniu ao grupo, criando assim a formação clássica.
Enquanto o grupo fazia sucesso estrondoso por todo o Brasil, a vida de Renato vivia aos solavancos, e Renato demonstrava isso com exímia coragem em suas letras como em "A Via Láctea"  "Clarisse" e "Vento no Litoral" onde expunha sua tristeza de modo muito claro.
Renato, que era homossexual assumido, contraiu o vírus da HIV (AIDS) em 1989, o que nunca declarou publicamente. Devido á complicações da AIDS, Renato faleceu em 1996 em seu apartamento.
Mesmo estando morto há mais de 15 anos, as músicas de Renato continuam fazendo sucesso estrondoso. Sucessos como "Há Tempos", "Eu Sei", "Monte Castelo", "Mais Uma Vez" e "Geração Coca-Cola" continuam tendo significado estupendo, e você não errará se usá-los como modelos para escrever suas canções.
Renato deixou um legado a ser seguido, e está sendo seguido muito bem...Filmes estão sendo elaborados baseados na obra de Renato, e um tributo á Legião Urbana foi realizado, com Marcelo Bonfá e Dado Villa Lobos, tendo Wagner Moura nos vocais...
Renato Russo foi mais que um músico. Foi um poeta, um filósofo, um modelo a ser seguido...