domingo, 12 de maio de 2013

Top V - Referências Musicais em Somos Tão Jovens

Em 2004, foi lançado o filme Cazuza - O Tempo Não Para, sobre a vida de um dos melhores cantores de rock que o Brasil já teve, dirigido por Sandra Werneck e Walter Carvalho. Junto com a legião instantânea de fãs novos de Cazuza, outra coisa que veio foi a pergunta:
 - E agora? Cadê o filme do Renato Russo?
E todos esperamos...ficamos esperando por anos até que, finalmente, foi anunciado que seria sim feito um filme sobre a vida d'O Trovador Solitário, a voz inspiradora e mentora de uma geração e legião de fãs..
Renato Russo, vocalista e letrista da Legião Urbana, chegaria aos cinemas em 2013, interpretado por Thiago Mendonça, em Somos Tão Jovens (título esse que faz alusão a um trecho da clássica canção Tempo Perdido).
Finalmente, dia três desse mês, o filme chegou aos cinemas...trazendo em seu roteiro, além de belas cenas da vida do rockeiro, inúmeras referências a trechos de músicas escritas por Renato.
Algumas das referências bem claras e referentes a músicas famosas, outras já mais ocultas e difíceis de se notar por olhos não atentos.
Aqui, as cinco melhores referências, na minha opinião.

                                                        V - Que País É Esse?

Um dos pontos fortes do filme é que nele nós conhecemos a real natureza rebelde e revoltada de Renato. Embora as biografias sempre descreveram com maestria o quanto que a injustiça social e os absurdos patrióticos deixavam o jovem de Brasília irritado, apenas uma obra cinematográfica pode nos convencer de que , sim, Renato tomava as dores de sua pátria ao escrever suas letras críticas.
Em uma cena, sentado em uma mesa de bar com alguns de seus amigos, discutindo sobre algumas injustiças políticas, Renato expressa sua revolta e exclama:
 - QUE PAÍS!
E essa frase do jovem revoltado foi a primeira alusão a clássica canção Que País É Esse, que, até então, não havia aparecido no filme.

                                                           IV - Eduardo e Mônica

Apesar de ser, obviamente, um drama, o filme tem seus momentos de comédia, quase todos centrados na rebeldia e nas aventuras pelas quais o jovem Renato Manfredini Júnior e sua trupe de punks passavam na adolescência. Entre uma blitz e outra, Renato e seus amigos, especialmente sua melhor amiga Aninha, iam parar em festas...o tipo de festa com pessoas que não gostavam e com música ambiente que não os agradavam.
E, enfrentando uma dessas festas, Aninha e Renato dizem, um completando a frase do outro, um dos trechos mais famosos da clássica composição Eduardo e Mônica.
 - Festa estranha...
 - E gente esquisita.
E, assim, como com Que País É Esse, este foi o primeiro indicio de que a música faria parte da trilha sonora do filme.

                                           III - Tédio com um T (Bem Grande Pra Você) 

Como o filme foca principalmente na adolescência e na parte jovem da vida de Renato, algo que não poderia deixar de ser mencionado (além de sua inteligência em formação, suas influências musicais e o homossexualismo) era a solidão e o tédio que o garoto era submetido a enfrentar devido a epifisiólise, doença que corroeu a cartilagem de seus ossos, deixando-o de cama por muito tempo, sem que Renato (na época ainda conhecido como Júnior) aceitasse a visita de ninguém (orgulhoso antes mesmo de ter muitos motivos pra isso).
E, enquanto recebia uma visita de sua amiga Aninha, Renato reclama:
 - Essa minha solidão é um tédio. Com um T bem grande!
Pouco tempo depois disso, Renato forma sua banda Aborto Elétrico, que tem entre seus primeiros sucessos a crítica em forma de canção Tédio com um T (Bem Grande Pra Você).

                                                            II - Faroeste Caboclo

Sim, Faroeste Caboclo é a música mais famosa e clássica de toda a carreira de Renato Russo, e também deve ter sido a letra mais complexa que o trovador já compôs (com nove minutos de duração, mais de cem versos que não se repetem e rimas pobres). E, exatamente por estes motivos, que esta música não poderia deixar de ser mencionada durante o filme. Infelizmente, não lhe foi reservada muito espaço por dois motivos:
1 - A música é muito comprida, e não se gasta dez minutos de filme apenas com trilha sonora.
2 - Dia 30 de Maio, a história de Faroeste Caboclo ganha um filme só seu, contando sobre a vida de João de Santo Cristo, Maria Lúcia, Pablo (o peruano que vivia na Bolívia) e Jeremias.
Então, o filme Somos Tão Jovens não poderia fazer nenhuma referência pesada demais sobre esta canção, pois soaria como spoiler do filme que ainda não estreou.
Porém, em uma cena, vemos que, enquanto os amigos de Renato e ele estão indo para uma de suas festas, passam de carro por uma placa onde se lê gravada a palavra "Rockonha", uma clara alusão ao trecho de Faroeste que diz:
"Jeremias, maconheiro sem-vergonha, organizou a Rockonha e fez todo mundo dançar."

                                                                      I - Dezesseis

Dois, o segundo álbum da Legião Urbana, e talvez o mais punk de todos (depois do Que País É Este) contém várias ótimas canções da Legião que, apesar de apreciadas pelos fãs, não são muito conhecidas pelo grande público. Este é o caso de Dezesseis.
A canção Dezesseis conta a história de João Roberto, mais conhecido como Johnny, o cara que todas as garotas desejavam e que todos os garotos queriam ser. Vivendo uma vida adolescente e com estilo em Brasília, a letra conta que Johnny era fera tanto em seus conhecimentos sobre rock'n roll quanto em sua habilidade nos pegas (também conhecidos como raxas, as corridas clandestinas), até que, devido a uma desilusão amorosa, Johnny provoca um acidente durante uma de suas corridas...resultando em seu suicídio.
E a frase mais famosa de toda essa letra é justamente uma das primeiras da música, quando a letra ainda preza por descrever Johnny : "Ele tinha um Opala metálico azul, era o rei dos pegas na Asa Sul".
E, desde então, o opala metálico azul se tornou o Batmóvel dos legionários, o carro que todo fã de Legião Urbana gostaria de ter só pra enfeitar a garagem.
O mesmo carro em que, no Somos Tão Jovens, Renato Russo e seus amigos estavam quando parados por uma blitz, em certa cena do filme.
Uma referência escondida a uma música pouco conhecida da Legião, mas que deve ter feito os grandes fãs tremerem de emoção na cadeira do cinema.
Por estar tão oculta, por ser tão específica e por ter sido inserida com tanto cuidado no filme, esta é, sem dúvida nenhuma, a melhor e maior referência musical da obra.


E é isso que foi Somos Tão Jovens. Um show de referências sobre a vida e carreira de Renato Manfredini Júnior, ou Renato Russo (como todos o conhecem). Não foi um filme perfeito e também esteve longe de ser um filme completo, mas o que ele apresentou, ele apresentou bem..de forma fácil de aceitar, entender e de se apaixonar pelo ídolo que cativou multidões e até hoje não perdeu para ninguém seu posto de maior músico da história do rock'n roll brasileiro.
Urbana Legio Omnia Vinciti.
Força sempre!!

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