domingo, 25 de novembro de 2012

Por Trás da Letra de "Bohemian Rhapsody" (Queen)


Ontem (dia 24 de novembro) completaram-se vinte e um anos que Freddie Mercury, vocalista da banda Queen, faleceu. E, como homenagem, a análise da letra do maior hit de Queen: Bohemian Rhapsody. 

Isso é vida real?
Isso é apenas fantasia?
Soterrado num desmoronamento.
Sem escapatória para a realidade.
Abra seus olhos,
olhe para o céu e veja.
Eu sou só um menino pobre,
eu não preciso de simpatia.

Ele é um garoto pobre. Passou toda a sua vida sendo rejeitado, maltratado e acabou se acostumando com a falta de simpatia e bondade que as pessoas tinham com ele. Finalmente ele está em uma situação ruim, e , possivelmente, pela primeira vez em sua vida alguém o ajudou, alguém foi bondoso com ele. Será que é fantasia? Será que isso realmente está acontecendo? Ele não se conforma. Ninguém pode o ajudar, ele é pobre, não precisa ser tratado bem. 

Porque eu venho fácil, vou fácil.
Eu possuo altos e baixos.
De qualquer jeito que o vento soprar,
realmente não importa para mim.
Para mim.

As coisas acontecem com ele com muita naturalidade, tanto que ele nem nota. Sofre injustiças, paga por coisas que não fez. Mas ele está acostumado e nem se importa. Na verdade, nada importa pra ele. Mas apenas pra ele. Com certeza importa para alguém.

Mamãe, acabei de matar um homem.
Coloquei uma arma em sua cabeça
Puxei o gatilho, e agora ele está morto.
Mamãe, a vida acabou de começar.
Mas agora eu joguei tudo fora.

Ele é jovem, uma criança grande ou um pré-adolescente e acabou de cometer um assassinato. Ele tinha chance de deixar de ser pobre, estudar e trabalhar, mas agora ele matou um homem e corre o risco de ser preso. Não existem segundas chances para alguém de sua classe social. Sua vida acabou, todo seu futuro foi jogado fora.

Mamãe, oh.
Não quis te fazer chorar.
Se eu não estiver de volta a esta hora amanhã
continue, continue.
Como se nada realmente importasse.

Realmente, nada importa para ele. Mas importa para sua mãe, a mulher que o carregou por nove meses e cuida dele desde que ele nasceu. A única pessoa que talvez tenha o amado de verdade. Agora ele está consciente da idiotice que fez e se preocupa com sua mãe. Pede pra que ela siga com a vida, como se nada tivesse acontecido e nada realmente importasse.

Tarde demais, minha hora chegou.
Sinto arrepios em minha espinha.
Meu corpo dói o tempo todo.

Adeus a todos.
Eu tenho que ir.
Tenho que deixar vocês todos para trás
e encarar a verdade. 

Mamãe, oh.
Eu não quero morrer.
Ás vezes eu desejo não ter nascido.

Ele está nervoso com medo. Matou um homem e agora foi condenado a morte. Lá vai ele ao corredor da morte, com arrepios e dores de ansiedade. Medo, muito medo. Ele se despede do mundo, dá adeus a todos e, com uma espécie de coragem, decide encarar a verdade e pagar pelo que cometeu. Ele não quer morrer mas é preciso, é o justo. Na verdade, ele preferia nunca ter nascido, assim não mataria ninguém, e não faria sua mãe sofrer.

Eu vejo uma pequena silhueta de um homem.
Palhaço, palhaço.
Você fará o fandango?
Raios e relâmpagos me assustam muito, muito.


Galileo, Galileo
Galileo, Galileo
Galileo, Figaro, Magnífico.


Alguém chegou. Um homem pequeno (o que pode ser tanto em relação a estatura ou em relação a sua significância, o poder que ele tem). Quem será ele? Participará da apresentação que sempre precede a execução? O garoto sente medo, não confia em nada ou ninguém, e ninguém nunca o ajudou.

Eu sou só um garoto pobre e ninguém me ama.
Ele é só um garoto pobre de uma família pobre.
Poupe a vida dele desta monstruosidade.

Três vozes entram em ação agora. A primeira é a do garoto que está sendo protegido por alguém e estranha. "Por que está me protegendo? Sou um garoto pobre sem amigos, não mereço isso". A segunda voz é dos homens que querem executar o garoto, eles também não compreendem porque alguém está o defendendo. E a terceira voz, finalmente, é a do defensor que não quer, de jeito nenhum, que o garoto seja submetido a essa monstruosidade que é a pena de morte.

Vem fácil, fácil vai. Vocês me deixarão ir?
Em nome de Deus! Não, nós não o deixaremos ir.
Deixe-o ir.

Em nome de Deus. Nós não o deixaremos ir. Deixe-o ir.
Em nome de Deus. Nós não o deixaremos ir. Deixe-o ir.
Não o deixaremos ir. Deixe-me ir, nunca.
Não o deixe ir, deixe-me ir.

Começa uma discussão. Os homens, o defensor e o garoto entram em conflito. Eles deixarão ou não o garoto sair impune dessa? Depois de discutir muito, o garoto realmente tem sua decisão.

Nunca me deixe ir, oh.
Não, não, não, não, não, não, não.

Oh, minha mãe, minha mãe.
Minha mãe, deixe-me ir.
Belzebu tem um diabo reservado para mim.
Para mim, para mim.

Ele aceita a pena de morte. Não quer ser salvo, ele sabe que errou a matar aquele homem e prefere que tudo seja justo e que pague por seu crime. Ele pede que sua mãe deixe-o ir e aceite sua morte. Ele merece isso, há um lugar especial no inferno para assassinos como ele. Ele vai sofrer muito, mas é o justo.

Então, você acha que pode me apedrejar e cuspir em meus olhos?
Acha que pode me amar
e me deixar para morrer?

Oh, baby, você não pode fazer isso comigo, baby.
Só tenho que sair,
só tenho que sair logo daqui.

Ele finalmente se lembra do que aconteceu. Ele matou um cara, e matou por um motivo fútil. Uma garota. Por algum motivo não esclarecido, ele assassinou um homem, e a culpa foi dessa garota. Uma garota que o amou e o abandonou. Uma garota que não se importou quando ele foi preso e condenado. Uma garota que não o defendeu. Uma garota que não merece saber que ele morreu por culpa dela. E por isso ele vê que não queria dar a ela esse gosto. Ele foge, ele tenta fugir. Ele decide que aquilo não é para ele e que ele não merece aquilo tudo.

Nada realmente importa. 
Qualquer um pode ver.
Nada realmente importa.
Nada realmente importa para mim.

Ele não consegue fugir e então desiste. O garoto pobre que não é amado por ninguém se rende a justiça injusta e aceita a pena de morte, mesmo não a merecendo realmente. Nada realmente importa, ele não liga pro que está acontecendo. Todos podem ver, todos podem assistir, ele não liga. Nada realmente importa, ele realmente não está nem aí pro que acontece com ele.

De qualquer maneira, o vento sopra.

A vida continua. Não a dele, mas a de todos os outros sim. Sua morte não afeta em nada o mundo ou a vida dos outros, nem dos homens que o condenaram, nem da garota que foi a culpada pelo crime, nem do defensor e nem mesmo de sua mãe. O vento ainda sopra, o mundo ainda gira, a vida continua.
Está tudo bem.


2 comentários:

  1. Muito show esta música! Excelente interpretação aí amigo, parabéns!

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  2. Uma bosta essa interpretação, não tem nada haver com o que realmente é.

    FONTE: https://whiplash.net/materias/curiosidades/166854-queen.html

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