domingo, 18 de novembro de 2012
Crítica Literária - A Última Princesa
Creio que seja até suspeito em elogiar qualquer obra de Fábio Yabu. Mesmo tendo não lido alguns de seus livros (como "Raimundo - Cidadão do Mundo" e "Branca dos Mortos e os 7 Zumbis"), sou um fã antigo de Yabu, sendo fã de "Princesas do Mar" e tendo lido Combo Rangers quase tanto quanto li Turma da Mônica. E também fui um pequeno colecionador de bonecos Kiko, Fox, Tati, Lisa e Ken (alguns dos personagens criados por Yabu).
Mesmo que tenha se passado algum tempo sem ler nada de Yabu, não pude deixar de comprar e ler o livro "A Última Princesa", na última Bienal do Livro de SP, aonde consegui até um autógrafo de Yabu (que estava autografando junto com Eduardo Spohr, que autografou também meus livros "A Batalha do Apocalipse" e "Herdeiros de Atlântida").
Então, lá vai uma pequena crítica do livro "A Última Princesa", que li em dois míseros dias.
"Todos sabem como é a vida de uma princesa: cheia de luxos e mordomias, cercada de servos devotados sob o teto de um belíssimo castelo. Mas para a nossa protagonista, a Última Princesa de um reino encantado, esses mimos e riquezas são apenas os muros de sua prisão.Banida de seu verdadeiro lar por um poderoso feiticeiro, a Princesa acabou esquecida pelo seu próprio povo. Enquanto sofre com saudades de sua terra natal, cultiva belas camélias em uma estufa em forma de palácio de cristal, ouve com atenção as histórias de seus servos e passa as noites sonhando com boas notícias que jamais chegam.Até o dia em que ela recebe a visita de um misterioso inventor chamado Alberto. Criador de maravilhas tecnológicas, ele acredita que “inventar é imaginar”, e lhe apresenta um mundo mágico, com animais mecânicos que cantam e dançam e uma casa encantada que surge nos lugares mais improváveis. O sonho mais ambicioso de Alberto é construir a Ave de Rapina: uma máquina mágica capaz de libertar sua Princesa… mas, para isso, ela também precisará enfrentar seus medos e quebrar sua maldição."
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Essa é a sinopse da obra, e tudo o que se deve saber do livro está aí.
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Não há muito pra se dizer sobre o livro, apenas que é totalmente mágico.
É a primeira obra de Yabu voltada para o público jovem, mas ele não falhou em mudar de público. Talvez a prática que tenha adquirido escrevendo pra crianças tenha feito com que Yabu aprendesse a escrever com simplicidade magnífica, tratando de assuntos sérios com leveza e pura magia.
Toda a arte de pôr-do-sol encontrada na capa está também espalhada pela história da obra que é um espetáculo com sangue, sofrimento e injustiças...mas não deixa de ser um encantador conto de princesa.
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Novamente elogiando a simplicidade do estilo de escrita de Yabu, é necessário frisar o quão fácil ele faz parecer a história do Brasil. O livro todo é baseado na vida de Princesa Isabel,o fim da escravidão, Santos Dumont e a criação do 14-bis. Coisas que o falho sistema de ensino e o desinteresse estudantil talvez tenha impedido os jovens brasileiros (e até os não-jovens e estrangeiros) de aprender, se tornam simples e de fácil entendimento durante a leitura deste livro. Claro que nem tudo deve ser seguido á risca, mas o claro sentido da obra não é ensinar tudo, e sim despertar o interesse e a curiosidade do leitor sobre o assunto.
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Seguindo o exemplo de livros como "A Menina que Roubava Livros" e até mesmo os da saga Harry Potter, o livro se passa em duas eras. O presente, em que a Princesa vive com o Príncipe no exílio, e o passado (representado por "flashbacks") que vai explicando aos poucos porque a Princesa está no exílio e como era sua vida antes disso. Esse estilo funciona num modo "um de cada vez", onde primeiro vem um capítulo da Princesa no exílio e o outro capítulo composto por flashbacks apenas.
Como todo livro, ele começa sem que o leitor saiba o que está realmente acontecendo. Mas, diferente de muitos livros, o enredo vai se desenvolvendo e tudo começa a conversar entre si e a fazer sentido sem que o leitor perca o interessa na trama, e isso é uma característica que poucos autores conseguem passar para suas obras: Foi necessária muita habilidade de Yabu para que os flashbacks e o "presente" se encaixassem tão bem sem confusão.
Para finalizar bem a crítica, nada mais clichê que falar do final do livro.
Normalmente não faço cerimônias quanto a dar spoilers de alguma obra, mas neste caso é diferente. A sensação de chegar até o seu final e se deliciar com a trama sem prévias do que acontecerá é maravilhosa e, assim como não foi tirada de mim, não deve ser tirada de ninguém.
Tudo o que há para ser dito em relação ao final é:
Se o livro todo é confortável e simples, como já mencionado, o final é surpreendente e potencialmente um tantinho mais complicado de se entender que o resto da trama, criando um contraste perfeito.
O livro é maravilhoso e muito bem criado, seja tanto pela qualidade do escritor, da editora e até do ilustrador Matheus Lopes Castro...tudo combinou e se encaixou, criando o visual místico, científico, histórico e literário perfeito de "A Última Princesa".
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Sem mais comentários, nota 10 para o livro.
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