terça-feira, 21 de abril de 2015

Velozes e Furiosos 7 - Prós e contras.


 Acabou de ser lançado o tão comentado Velozes e Furiosos 7!
 Mesmo estando em primeiro lugar nas bilheterias brasileiras (e faturando MUITO no resto do mundo), ainda há os terríveis cinéfilos que se recusam a assistir ou gostar dos filmes da franquia. Claro que ninguém é obrigado a gostar, afinal não é o melhor filme do mundo nem no quesito de ação e nem no quesito corrida (e em quesito nenhum), mas não se pode negar que há vários fatores a serem comentados sobre a franquia.
 Então o que se resta é comentar o que é ruim no filme, o que faz chorar, o que é engraçado e o que é que vai ser lembrado daqui a trinta anos. Tudo isso analisando os prós e contras do longa, tanto em individual quanto fazendo parte de uma franquia.




  O primeiro Velozes e Furiosos foi lançado em 2001, nas mãos do diretor Rob Cohen, e especula-se que seja um remake de The Fast and Furious de 1955 dirigido por Edward Sampson e John Ireland (mesmo que a única coisa que os dois filmes tenham em comum seja o nome).
 Depois de Cohen, a franquia passou, respectivamente, na mão de John Singleton (Quatro Irmãos e Sem Saída) e Justin Lin (Annapolis e a primeira temporada de Community). Até que finalmente, chegou a vez de James Wan (Jogos Mortais, Invocação do Mal, Sobrenatural e o futuro Aquaman).
 E o recém-estreado Velozes e Furiosos 7 prova que Wan não é apenas um bom diretor de terror como também é um grande diretor de ação, e isso já nos deixa um pouco mais animados para Aquaman, o primeiro filme de herói nas mãos do diretor malasiano.


 E isso nos leva a um dos prós - James Wan, em seus filmes de terror, abusava de ambientes escuros, trilha sonora sem clímax e o ato de mostrar o mínimo possível a ameaça do filme. Isso tudo valorizava o gênero do terror e criava cada vez mais suspense e empolgação para que quando o "mal" fosse mostrado, valesse um ótimo susto momentâneo e um medo eterno. E com Furious 7, Wan mostra ser um diretor inteligente o suficiente por usar os melhores recursos de cada gênero para tornar seu filme o mais completo possível.


 E isso já é visto na primeira cena. A cena de abertura do longa é incrível e já realiza três atos que seriam difíceis de serem realizados na mão de outro diretor :

  • Apresenta com êxito o vilão do filme, interpretado por Jason Statham.
  • A motivação do vilão (mesmo que fraca) é explicada em segundos - Vingar a morte do irmão.
  • E, com uma cena de luta entre Statham e The Rock (ou Dwayne Johnson, se você for chato), fica provado que a ação está muito bem aplicada.
 Como sempre, Wan utilizou os melhores recursos que o gênero ação tem - Explosões, ângulos malucos de câmera (durante as cenas de luta, explosão e corrida o chão se torna teto e/ou a câmera gira mostrando a mesma cena simultaneamente por diversos ângulos, dando DETALHES sobre como as coisas estão acontecendo e te colocando ainda mais por dentro da cena) e a imortalidade de personagens, pois se a primeira luta de The Rock e Statham fosse uma luta real, nenhum deles sairia vivo, enquanto, no filme, um sai inteiro e o outro apenas vai para o hospital.
 E logo depois de The Rock ser enviado para o hospital, Statham (ou Deckard Shaw, que é o nome de seu personagem) vaga em direção ao seu real alvo - Dominic Toretto (Vin Diesel), Brian (Paul Walker) e o resto da "família".
 Aliás, isso nos leva a outro ponto interessante sobre o filme.
 O vilão.


 Deckard Shaw.
 Remember Owen Shaw? This is his big, bad brother.
 A motivação do vilão é simples. Seu irmão mais novo, Owen, morreu em decorrência dos atos da equipe protagonista da franquia Velozes e Furiosos. Então, ele quer se vingar. Básico, clichê e suficiente.
 Porém, assim como um protagonista precisa ser cativante e lhe dar motivos para gostar dele, um vilão necessita de uma boa personalidade que lhe faça odiá-lo e o leve a ter certa felicidade quando este for derrotado. E é impossível dizer que Deckard é um bom vilão.
 Aparece apenas para brigar, atirar, explodir e bater seu carro com o de Toretto. Só isso. Sem comentários sarcásticos, sem frases de efeito e sem atos cruéis o suficiente que lhe tornem um vilão ao nível. Não que a franquia tenha um nível muito alto, mas deveria pelo menos se auto-respeitar na hora de criar um vilão, afinal este é o SÉTIMO filme. Eles tiveram tempo pra aprender.
 Mesmo assim, foi uma atitude inteligente escalar Jason Statham. O personagem só tem uma frase marcante ("Achou que isso seria uma briga de rua?"), não fala e age bruscamente. Só com um ator famoso para que o espectador pudesse se cativar e se divertir nas cenas com ele.
 Mas não adianta, poderia até ser o Schwarzenegger. Se não houver personalidade, não é válido.
 E o vilão acabou sendo um dos contras.


 Aliás, é interessante que o vilão seja mal construído. Ainda mais dentro de um filme como Velozes e Furiosos 7, onde todos os personagens são muito bem construídos. Pelo menos, todos os que já vieram de outros filmes. Até os que possuíam menor participação nos filmes anteriores (como Tej e Roman) ganharam personalidade melhor construída com piadas sarcásticas e cenas cômicas que servem como chave para quebrar o clima de suspense e impedir que a ação se torne monótona durante o longa. E essa personalidade necessária a coadjuvantes de filmes de ação é um grande pró.
 Como, por exemplo, as cenas em que Roman diz querer ser o líder da equipe, ou quando resolve dar em cima de Ramsey (personagem nova, interpretada pela linda Nathalie Emmanuel) ou até mesmo na cena icônica em que todos estão pulando de um avião dentro de seus carros e Roman reluta com medo até o último instante. Cena prestes a se tornar uma marca da franquia (e a virar piada recorrente para os próximos 'capítulos').
 E falando nestes personagens cativantes, entra um deles que é tão cativante e atrai tantos comentários que ele, por si só, é um grande "pró" do filme.


 The Rock!
 Okay, sabemos que ele não gosta mais de ser chamado de The Rock e quer ser chamado por seu nome de batismo - Dwayne Johnson. Mas como chamar alguém do porte dele de Dwayne Johnson sendo que The Rock é mil vezes mais apropriado?
 Sabemos melhor do que ninguém que os ídolos clássicos de hoje, um dia já foram novidade. Ou seja, existem pessoas que viram as lendas de Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger se
tornarem lendas. E talvez nós estejamos vivendo a época em que The Rock se tornará uma lenda, isso se já não for.
 Pensem bem, o cara é o mais próximo de um Arnold Schwarzenegger que a nossa geração tem. Arnold começou como fisiculturista, The Rock como lutador. Arnold era, por sua condição fisica, um ator de ação nato, The Rock também. Arnold fez filmes cômicos e infantis que eram engraçados pelo contraste (Um Tira no Jardim de Infância, Um Herói de Brinquedo), The Rock (O Fada do Dente, Treinando o Papai) também. E Arnold teve, durante toda a sua carreira, os exageros clássicos sobre sua força, assim como The Rock.
 E esses exageros se fazem AINDA MAIS presentes e evidentes durante todo o desenrolar de Velozes e Furiosos 7, onde há uma sequência de absurdos que desafiam a biologia humana sobre tudo que The Rock pode causar e aguentar.
 São coisas como ser atirado em uma parede sem sangrar, erguer pedaços gigantes de concreto com o braço ferido, disferir socos que arremessam as pessoas a metros longe e quebrar o gessos apenas forçando o músculo de um braço que tornam The Rock uma lenda viva que daqui a trinta anos permanecerá sendo lembrada.
 E de todos, o último contra de Velozes e Furiosos 7 é o que impede o filme de realmente ser um ótimo filme mesmo fora do gênero de ação - O roteiro.


 Como já mencionado anteriormente, o vilão do filme é insatisfatório. Então, como proceder quando todo o roteiro do longa se move a partir do vilão?
 A história se dá devido ao desejo de vingança mútuo - Tanto da parte de Shaw por vingar seu irmão quanto da parte de Toretto e companhia para vingar a morte de Han (que morreu no terceiro filme da franquia mas cuja falta só foi sentida agora devido a cronologia maluca dos filmes). E acrescentando mais detalhes (como uma viagem a Dubai e um dispositivo hacker chamado Olho de Deus), este é basicamente o roteiro do filme.
 Claro que seria até um roteiro legal se tivesse recebido o foco suficiente. Os seis filmes anteriores estavam totalmente dentro de uma vibe de crimes, ilegalidade e ação que este acabou saindo muito do tom...e, de certo modo, passou do nível baixo de "meloso" que deveria atingir.
 O que deveria ter sido uma continuidade satisfatória a franquia acabou se tornando um grande "tchau" para Paul Walker, algo que ficaria bem melhor se posto como trama de segundo plano e não se mantivesse em evidência o tempo todo.
 Pra quem não sabe, Paul Walker, intérprete de Brian O'Conner, faleceu no final de 2013 em um irônico acidente de carro (como disse Erico Borgo) e deixou as gravações do filme pela metade. Ou seja, a equipe PRECISOU improvisar.


 É muito ruim que o roteiro inteiro se submeta a se despedir do personagem de Paul Walker, mas isso também traz um pró para o lado do filme - O modo como a produção reagiu a morte do ator criou uma lista de coisas incríveis presentes no filme:

  • Em primeiro lugar, o modo como o ator foi substituído. Para cenas em que ele não estava presente, dois recursos foram utilizados. Seus irmãos Cody e Caleb Walker serviram como dublês de corpo enquanto sua face e voz foram inseridos genialmente no longa por pura tecnologia, utilizando-se das técnicas milagrosas de WETA, a empresa de efeitos especiais do Peter Jackson responsável pelo CG de Senhor dos Anéis e O Hobbit.
  • O roteiro, claro, precisou ser alterado ás pressas pra que tudo acabasse resultando no fim da participação de Paul na franquia. E isso sem deletar a ideia original do roteiro.
  • O modo como o filme acaba e o lindo jeito que a equipe e Vin Diesel encontraram para se despedir de Walker é de encher os olhos - Cada um em seu carro, conversando sobre o rumo da vida...Diesel e Walker seguem estradas diferentes.
Mesmo com toda essa beleza e lágrimas que surgem no final de Velozes e Furiosos 7, não dá pra parar de pensar que se Walker estivesse vivo o filme teria sido um fiasco. Afinal, o que salva a trama é a sub-trama de despedida para seu personagem, que não existiria se o ator não tivesse falecido.
 Pois a conclusão sobre o filme não poderia ser outra - Com muitos prós em áreas complementares e contras nas essenciais, Velozes e Furiosos 7 é bom no que precisa ser (ação) e ruim no que poderia ser bom (roteiro).
 De resto, só nos sobra pensar o que será da franquia sem um de seus protagonistas.
 Como seguir em frente sem Brian? Ou melhor, será que vão realmente deixá-lo para trás?

Um comentário:

  1. Somos suspeitas para falar desse filme, porque amamos os filmes dessa franquia hahaha.
    Sempre gostamos e esse ultimo trouxe vários tipos de emoções, queremos ver os próximos como vai ser :(

    bjs

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