sábado, 16 de agosto de 2014

Top V - Papeis repetidos de Robin Williams

 Dia 11 de Agosto de 2014, o mundo sofreu uma grande perda.
 Robin Williams, grande ator de comédias dramáticas, foi encontrado morto. Tudo indica que a causa de sua morte tenha sido homicídio, algo incompreensível (para nós, que vemos de fora) pois é difícil ver tristeza na vida de alguém que emanava felicidade.
 Vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu papel em Gênio Indomável e dono do título de homem mais engraçado do mundo, Robin Williams se tornou conhecido por sua versatilidade em tragicomédias.
 Porém, há certos tipos de papeis que Williams desempenhou tão bem a ponto de ser contratado para que repetisse seus papeis. Assim sendo, Robin Williams acabou interpretando várias vezes personagens muito parecidos uns com os outros, das mesmas classes, espécies e profissões.
 Em homenagem a obra desse ator que não será facilmente esquecido, uma lista com os cinco (fora as menções honrosas) papeis que Williams mais repetiu em sua não suficientemente longa carreira.




V - Médico



 Foi primeiramente em 1990, com o filme Tempo de Despertar (imagem acima) que Robin Williams mostrou saber interpretar um bom médico.
 No longa, Williams trabalha tratando de pacientes em estado catatônico quando descobre, com testes de percepção, que eles estão apenas adormecidos. Com exames e terapias, o doutor acorda os pacientes fazendo com que voltem a viver exatamente do momento onde pararam, dando novamente um significado á vida daquelas pessoas.
 Devido a seu ótimo desempenho nesse filme, Williams logo garantiu seu papel em uma obra que seria uma de suas maiores atuações -Patch Adams, O Amor é Contagioso.
 Em Patch Adams, Robin Williams interpreta o médico que dá nome ao filme, que trata seus pacientes se utilizando de terapias bem humoradas, divertidas, carinhosas e, é claro, usando seus sapatões e narizes de palhaço. Com irreverência e seu amável sorriso, Robin Williams transmite perfeitamente a compaixão deste doutor da alegria.
 "A missão de um médico não deve ser apenas evitar a morte. Mas sim também melhorar a qualidade de vida. É por isso que se você trata uma doença, você perde ou ganha. Mas se você trata uma pessoa, eu te garanto, você ganha."

IV - Radialista



 No Brasil, é comum que ouçamos sobre famosos que antes de ingressarem na televisão ou no cinema tenham passado pelo rádio.
 Isso não aconteceu com Robin Williams, mas sim com dois personagens de dois de seus melhores filmes.
 O mais recente deles é Segredos da Noite, de 2006, onde Williams interpreta um radialista (apresentador de programa de rádio) que ao entrevistar um jovem escritor de quatorze anos se vê envolvido em um perigoso e intrigante mistério. Com trama envolvente, atuação convincente e premissa interessante, este filme tem, infelizmente, como comentário mais evidente o fato de que o papel do radialista (no caso, o protagonista) só foi oferecido a Robin Williams por causa de um de seus filmes mais clássicos, em que também interpreta um radialista: Bom Dia, Vietnã (foto acima).
 Em "Bom Dia, Vietnã" de 1988, Williams apresenta um programa de rádio especial durante a época da guerra do Vietnã, fazendo piadas, atualizando os combatentes com músicas de sucesso da época, dando conselhos para os soldados (sempre sem sair da sua confortável e segura cabine de rádio) e conquistando sorrisos dos militares e olhares tortos das autoridades e altas patentes.
 "Quando pensar que é um Golias, então deve tomar cuidado com algum Davi."


III - Presidente


 Talvez o papel de Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, nas comédias Uma Noite no Museu e Uma Noite no Museu 2 seja o papel de Robin Williams do qual a nova geração melhor se lembre.
 Nestes dois filmes, William é Ted Roosevelt - vigésimo sexto presidente dos Estados Unidos. Ou pelo menos é a estátua de cera dele, que ganha vida (assim como todas as peças do Museu de História Natural de Nova York) todas as noites.
 Novamente, Robin Williams mescla sabedoria,bom humor e carisma para interpretar um grande líder. Grande líder e presidente dos Estados Unidos que, ironicamente, desenvolve um romance com Sacajawea.
 Estando presente também na sequência de Uma Noite no Museu, Williams estava gravando, no momento, o terceiro filme da franquia. As filmagens foram interrompidas e, até agora, não há notícia de como o filme seguirá sem Williams no papel de Theodore Roosevelt, o presidente mais carismático do Monte Rushmore.
 Também tendo se destacado interpretando o presidente Dwight Eisenhower (quem é? Eu não sei!), no recente O Mordomo da Casa Branca, Williams tem experiência como presidente dos Estados Unidos.
 Deve ter sido por isso que entre tantas celebridades nos Estados Unidos, foi justamente Barack Obama, atual presidente da potência mundial, que demonstrou ter ficado muito chateado com a morte do ator.

II - Sobrenatural.



 Como quase todo bom ator, Williams teve sua vez com as crianças. Ou melhor, suas vezes com as crianças.
 Saindo um pouco dos filmes de comédia dramática, também houveram alguns filmes infantis em seu currículo, muitos desses em que interpretava algum personagem de alcunha sobrenatural. 
 O primeiro deles foi Hook, de 1991, dirigido por Steven Spielberg. Neste longa, Williams interpreta Peter Banning, executivo que não dá atenção á família e, de repente, precisa ir á Terra do Nunca para resgatar seus filhos que foram sequestrados por Capitão Gancho. Nada de sobrenatural em seu personagem, apenas na trama. Mas tudo muda quando se comenta que Peter Banning é apenas o nome que ele começa a usar quando adotado, e que sua verdadeira identidade é a de Peter Pan, o garoto que nunca cresce (ou que nunca crescia).
 Três anos depois, Williams voltou a atuar em fantasias e gravou o seu MAIOR clássico - Jumanji. Dirigido por Joe Honston (o mesmo de Querida, Encolhi as Crianças), Jumanji trata de um jogo mágico de tabuleiro que causa efeitos na vida real. O personagem de Williams é um indivíduo comum mas que acaba se tornando sobrenatural ao ficar vinte e seis anos preso do jogo. De modo que entre no jogo criança e só tenha conseguido se ver livre dele na forma de adulto.
 Não foram só infantis os filmes em que Williams se comprometeu a interpretar personagens que fugissem da realidade. No drama romântico Amor Além da Vida, Robin Williams interpreta um homem que falece e vai para o Paraíso e tenta, com todas as suas forças, reencontrar sua esposa (também morta, porém enviada para um lugar onde somente os suicidas vão).
 Mas o mais divertido, encantador e emocionante de todos estes papéis é o Gênio da Lâmpada, a quem Robin Willians deu a voz e a vida na animação Aladdin, de 1992. 
 Cheio de piadas, referências a cultura popular e egocentricidades em seus atos, o Gênio foi, em toda a carreira de Robin Williams, o personagem mais irreal de todos e, com certeza, o mais parecido com ele mesmo.

I - Professores



 Começou em 1989, com Sociedade dos Poetas Mortos, onde interpretava um inspirador e amante das artes professor de inglês.
 Depois, em 1991, em Pescador de Ilusões, interpretou um professor de história falido que passa a viver na rua como um mendigo insano, sempre em busca do Santo Graal.
 Na comédia Flubber de 1997, Robin Williams interpreta um professor maluco de ciências que encontra inúmeros problemas com uma substância verde e melequenta que ele mesmo cria.
 Ainda em 1997, veio Gênio Indomável, de Gus Van Sant, particularmente, meu filme favorito de Robin Williams. Neste filme,Williams é um professor genial e analista que tem como duro objetivo ajudar o gênio problemático interpretado por Matt Damon a enfrentar seus demônios interiores para deixar de ser tão encrenqueiro.
 E em Melhor Pai do Mundo, de 2009, filme mais recente em que Williams interpreta um professor, ele é um pai que forja um bilhete de suicídio do próprio filho para evitar constrangimentos sobre sua verdadeira causa de morte.
 Com tantos filmes em que interpreta um professor, independente de qual disciplina, Williams não pode dizer que morreu sem deixar nenhum ensinamento.
 Talvez ele nem seja ator, comediante ou nada do que diziam que ele fosse.Talvez o que ele realmente era, fosse um professor. De inglês, de história, de ciências, de poesia, de filosofia, de atuação...e de como viver.
 "Lemos e escrevemos poesia, não porque é bonito. Lemos e escrevemos poesia porque nós somos os representantes da raça humana, e cheia de paixão. Medicina, direito,negócios, tecnologia necessária para sustentar a vida. Mas a poesia, beleza, romance e amor - é isso que nos permite viver." 

Menção honrosa - Robô. 



 Tendo sido um dos filmes que mais fez sucesso do ator, O Homem Bicentenário, de 1999 (dirigido por Chris Columbus, adaptado de um conto de Isaac Asimov). Neste filme, e somente neste filme, Williams interpreta Andrew, um robô doméstico que tem o sonho de um dia tornar-se humano.
 Por seu papel de robô ter sido tão bem feito e tão aclamado pela crítica, Williams acabou repetindo-o BEM sigilosamente outras duas vezes.
 A primeira foi em Inteligência Artificial, de 2001, onde apareceu (ou nem isso) por poucos minutos, apenas fazendo a voz de Dr. Know, sistema operacional de inteligência artificial feito para responder toda e qualquer pergunta.
 E a segunda foi no longa animado Robôs, de 2004, Robot Williams Robin Williams interpreta o coadjuvante Fender, robô vermelho melhor amigo do protagonista Rodney Lataria (dublado por Ewan McGregor).
 Foi interpretando três robôs que Robin Williams fez as três coisas que mais o tornavam humano - Emocionou, ensinou e divertiu.


 Talvez seja até um pouco cansativo falar tanto de algum ator apenas por causa de sua morte, mas em certos casos é necessário.
 Robin Williams foi o tipo de profissional que trabalhava tão bem a ponto de ter que repetir várias vezes o mesmo serviço sem perder a mão.
 E é por isso que o mundo todo deve fazer suas as doces palavras que Barack Obama e toda a sua família prestaram a Robin Williams, um homem que nos criou tão bem quanto uma babá quase perfeita.
 "Robin Williams era um radialista, um médico, um gênio, uma babá, um presidente, um professor, um Peter Pan e tudo entre isso. Mas ele era único. Ele veio para nossas vidas como um aliens, mas acabou tocando a todos com um espírito humano. Ele nos fez rir. Ele nos fez chorar. Ele deu seu talento de jeito imensurável e generosamente àqueles que precisam, aos que estavam nas nossas tropas lá fora aos marginalizados nas nossas próprias ruas."

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