sábado, 3 de maio de 2014

O Incrível Homem-Aranha 2: A Ameaça de Síndrome


 Ontem, dia 1 de maio de 2014, houve a estreia de O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro, segundo filme do reboot da franquia de filmes do cabeça de teia dirigida por Marc Webb (nosso antigo conhecido de 500 Dias com Ela).
 O que se pode dizer do filme é o mesmo que podemos dizer de seu antecessor. Bastante fidelidade aos quadrinhos (salvo certas adaptações necessárias para que não ficasse ridículo em cena), comédia e ação nos níveis certos e ótimos efeitos especiais...porém o roteiro falha em certos pontos ao não proporcionar uma motivação convincente para os acontecimentos e muita correria para resolver certas questões.
 P.S.: Desta vez, vou tentar passar a menor quantidade de spoilers possível.

 Mas se o filme falha no roteiro, a culpa não é apenas de seus três roteiristas Alex Kurtzman, Roberto Orci e Jeff Pinkner (Ou cinco, se somarmos Stan Lee e Steve Ditko), e sim também de Brad Bird, roteirista de alguns filmes infantis.
 Por que Brad Bird? Pois bem. Além de dirigir e roteirizar Ratatouille, Gigante de Aço e Protocolo Fantasma, Bird também é o criador do famoso filme Os Incríveis, único longa-metragem da Disney/Pixar sobre super-herois
 "Okay, mas qual é a relação?"
 Faça uma sessão dupla. Primeiro, assista Os Incríveis, animação de 2004. Logo depois, assista este novo filme do Homem-Aranha, lançado exatos dez anos depois. E com um pouco de tempo, você vai começar a pensar em como os dois filmes são bizarramente parecidos!

Primeira semelhança é que, nas HQs, tanto Os Incríveis quanto o Homem Aranha já enfrentaram o Quarteto Fantástico...ZOERA!!

 Primeiramente, notam-se as semelhanças simples.
 Em ambos os filmes, o passado é importante. Em Os Incríveis, a relação do passado com o presente se dá com os tempos antigos em que super-heroísmo era permitido por lei. Já em Homem-Aranha, o passado se mostra importante com todo o lance (desnecessário e que serve como "encheção de linguiça" na trama) de que os pais de Peter Parker teriam ligação com a Oscorp.
 Assim como Edna Moda aparece como a chefe mandona no filme da Disney, o longa do cabeça de teia também faz referência (em determinado momento) a J. Jonah Jameson, chefe de Parker tanto nos quadrinhos quanto nos filmes da antiga trilogia do personagem.
 Em Os Incríveis, Beto e Helena Pera sofrem uma grande crise no seu relacionamento pela falta de tempo que Beto vem tendo com ela...exatamente o mesmo motivo das constantes brigas de Peter e Gwen Stacy, a namoradinha do aranha (substituindo a ruiva voluptuosa Mary Jane dos filmes de Sam Raimi).


 Mas até aí, tudo bem. Essas são, sim, coincidência básicas que podem ocorrer entre alguns roteiros quando existem milhões de filmes por aí. As ideias acabam coincidindo, ainda mais com temas universais como personagens autoritários, romance e histórias que venham do passado (sendo que tanto Luke Skywalker quanto Harry Potter tem seu heroísmo do passado).
 Mas esqueça estes pontos. Foque nos detalhes. Ou melhor, foque nos vilões que, sem dúvida, são a parte mais interessante.
 Aí então as semelhanças vem á tona.


 Uma breve recapitulação do vilão da animação:
 Quando criança, o pequeno Bochecha era o maior fã de Sr. Incrível e toda a sua patota de super-heróis. Tão fã que chegou a adotar o codinome de Gurincrível. Tentando se tornar o parceiro de seu ídolo, o menino acabou criando sérios problemas logo no início do filme e, por fim, destruiu a "carreira" do Sr. Incrível e de todos os outros herois que atuavam na época. Ao fazer isso, logo foi tratado com ignorância por seu ídolo e perdeu toda a motivação que tinha para amá-lo...e a transformou em ódio. Logo, fazendo uso da energia de ponto zero (e seus raios), Bochecha, ou Gurincrível, se transformou em Síndrome,o supervilão elétrico com intuito de destruir seu ex-ídolo.
 Isso não te lembra algo? Um personagem que era um super fã de determinado super-herói,a ponto de se dizer seu amigo e possuir pôsteres por seu quarto, sofre uma terrível decepção com o mesmo e toma como sua nova motivação se vingar do herói. Claro, isso sem esquecer as habilidades com raios e eletricidade e seu novo codinome com alusões a descobertas científicas.
 Se nomes não fossem citados, as origens e motivações dos personagens certamente se confundiriam. A personalidade de Max Dillion se reflete na esquisitice de Bochecha e a loucura de Electro bate de frente com a maleficência de Síndrome.
 É o mesmo personagem!
 Com o mesmo início!
 E, perdoem-me pelo leve spoiler, com o mesmo fim!
 Lembram-se de como Síndrome é derrotado? Por ele mesmo, com seu robô Omnidroid se auto-esfaqueando.
 Digamos que quando Electro é derrotado, não é de uma forma muito diferente.
 Imagine os princípios básicos de eletricidade. O que ocorre com uma bateria quando ela se sobrecarrega? Ela explode. E assim, com seus próprios superpoderes, os supervilões destes dois superfilmes....são derrotados.

 Uma das diferenças significativas entre os dois filmes é o pequeno fato de que em Incríveis, possuímos um único vilão principal. Já em Homem-Aranha (como de costume) a vilania também é apenas uma, mas com dois personagens a representando. Primeiramente, Electro, o vilão-título. E em pano de fundo (mas com uma importância quase maior que a de Max Dillion), Harry Osborn, o novo Duende Verde.
 Mas trate os dois inimigos de Spidey como um só, e novamente seus atos e detalhes vão remeter aos super-herois da Disney.


 A personagem da esquerda - Mirage.
 Secretária particular de Síndrome, Mirage é bonita, sensual, misteriosa, persuasiva e inteligente. Tem todos os atributos que uma vilã de primeira categoria costuma ter. Só que, como todos sabem, é apenas questão de tempo para que Mirage utilize seus talentos para o bem e saia do lado de Síndrome para finalmente auxiliar Sr. Incrível e seus familiares.
 Já a personagem da direita é Felicia. No filme recém-estreado, Felicia surge como secretária e assistente pessoal de Harry Osborne e em certo momento mostra seu lado gatuno quando passa para seu chefe segredos da empresa Oscorp que tanto ele quanto ela não deveriam saber.
 Se não bastasse o fato de que tanto Mirage quanto Felicia são sidekicks maléficas, inteligentes, sensuais e misteriosas...ainda há o fato da mudança de lado. Nada acontece neste filme, e Felicia permanece do lado negro da Força desde o início até o fim.
 Mas um bom conhecedor dos quadrinhos do Homem-Aranha se lembra muito bem de que Felicia é o primeiro nome de Felicia Hardy, a Gata Negra. Ladra astuta que hora é bandida, hora é heroína e hora é....amante do herói.


Mas há um certo momento em que Síndrome é derrotado...pela primeira vez.
 Sem Omnidroid e sem superpoderes para o ajudarem, ele recorre a um recurso que os supervilões utilizam desde que o conceito "maldade" existe - Tentar atingir os super-herois através de pessoas inocentes que os mesmos amam.
 Então, o ex-ClaudinhoBochecha vai até a casa dos Pera para atacar seu bebê - Zezé, até então considerado o único normal da família.
 Com o bebê em mãos, Síndrome tenta atingir todos os outros Pera (Sr. Incrível, Mulher Elástica, Flecha e Violeta) ao arremessar a criança ao chão de uma altura consideravelmente alta.
 A cena clássica de Síndrome no ar com o bebê e o mesmo caindo pode ser definida como vilão atacando o heroi indiretamente.

 Igualmente à cena em que Gwen Stacy é levada para o céu com Duende Verde e arremessada para o chão. Vilão atacando heroi indiretamente.
 Através de queda.


Você normalmente veria isso como coincidência, se não estivesse pensando em todas as outras "coincidências" de roteiro citadas acima.

 E para finalizar, nada melhor do que a cena final de cada um dos longa metragens.
 Em Metroville (cidade em que Os Incríveis se passa), os super-heróis voltaram a ser permitidos por lei após os acontecimentos causados por Síndrome. E então, no último minuto do filme surge um vilão, que se autodenomina O Escavador, dentro de uma máquina. Antes da batalha ter início, cada um dos Incríveis veste sua máscara e o filme termina sem que a luta tenha um desfecho...apenas representando o grande retorno dos herois.
 Em relação à cena final de O Espetacular Homem-Aranha 2. Qual é a diferenças das cenas?
 O Escavador é Rhino. A máquina escavadora é a armadura de rinoceronte. O ato dos Incríveis colocarem a máscara é o ato do Homem-Aranha retornar e se dispor a lutar contra Rhino. E o fato de nenhuma das duas lutas acabarem confirmam o conceito de que os super-herois em questão estão de volta...e que nunca irão desistir de ser herois...pois sempre haverão vilões á solta.


  Depois que a Disney comprou a Marvel, todos os filmes da Marvel acabaram tendo uma pitadinha de Disney em sua produção...então esse tipo de referência era até esperada.
 Mas é válido lembrar que O Espetacular Homem-Aranha 2 é uma produção da Sony Pictures, sem nenhuma relação com a Marvel/Disney/Pixar.
 Ou seja, o que notamos aqui é uma grande coincidência ou um plágio muito bem disfarçado.
  Esperamos que isso não vire tendência e que Os Incríveis não sejam misturados em filmes de outros super-heróis....

2 comentários:

  1. sim, as comparações são validas mas acho que o deveria ser discutido é o fim de Homem aranha. pq na minha humilde opinião esse troca de personagens e atores e enredo foi uma porcaria, a antiga trilogia com certeza era melhor.

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  2. Huahsuahus
    Que viaji é essa, vey? :'D

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